Conceição de Ibitipoca. Esse arraial aqui no alto da Mantiqueira mineira,
tão rico de aconchego, de simplicidade, de gente amiga. Ibitipoca, Minas Gerais
por excelência, onde a mineirice se revela em sua forma mais pura, onde todo
mundo dá bom dia e boa tarde com uma cara boa e um sorriso amigo. Terra de
mineiro desconfiado, mas que depois que te conhece, abre os braços e te acolhe,
onde os meninos ainda brincam e correm pelas ruas igual aos velhos tempos de
nossas infâncias quando poucos carros trafegavam nas cidades. Galinhas soltas
ciscam em toda parte e os cães perambulam preguiçosamente pelas ruas.
Conceição de Ibitipoca, o que você esconde em suas ruas estreitas, em seus
casarios centenários, em suas igrejas coloniais? Quantas histórias acumula há
mais de 300 anos quando por aqui passaram mineradores, quando chegou a ser uma
vila com 5.000 moradores, considerado um importante núcleo urbano para a época.
E o que será que se esconde em suas montanhas e seus vales por onde os
pássaros fazem seus desfiles aéreos competindo para ver qual tem plumagem mais
colorida e qual tem o canto mais melodioso... E particularmente o que se
esconde em seu Parque com suas cavernas, suas cachoeiras, seus remansos, seus
cannyons, suas matas, essa joia que resume tudo que há de mais belo na natureza
dessa região que atraiu cientistas e viajantes que por aqui passaram 200 anos
atrás encantados com as peculiaridades de sua paisagem e flora.
Aqui eu entendi as palavras de Geraldo Azevedo quando disse que Minas é
onde o oculto do mistério de escondeu.
Viver em Conceição do Ibitipoca é viver esse mistério oculto, escondido,
onde as palavras não são capazes de revelar. Aqui a revelação do mistério se dá
no viver, não no falar. Obrigado Conceição de Ibitipoca por me acolher, onde eu
finalmente encontrei o meu aconchego.
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