segunda-feira, 30 de maio de 2011

A palavra do Mestre


"A espiritualidade é exatamente como o sexo. O sexo necessita de uma certa maturidade; aos catorze anos de idade a criança estará preparada. O seu próprio impulso estará ali. Ela começará a perguntar e ela gostará de saber mais e mais a respeito do sexo. Somente então existirá a possibilidade de lhe explicar certas coisas.
O mesmo acontece com a espiritualidade: a uma certa maturidade o impulso surge; você está procurando por Deus. O mundo já está terminado; você já viveu ele do princípio ao fim, já o viu do princípio ao fim. Ele está terminado; ele não tem mais qualquer atração, qualquer sentido. Agora surgiu um impulso para conhecer o significado da própria existência. Você jogou todos os jogos e agora sabe que eles são jogos. Agora nenhum jogo atrai você, o mundo perdeu o seu sentido – então você está maduro.
Agora você precisará de um Mestre, e Mestres estão sempre aí, então não é preciso pressa. O Mestre pode não estar nesta forma, neste corpo – um outro corpo – as formas não importam, os corpos são irrelevantes. A qualidade interna de um Mestre é sempre a mesma, a mesma, a mesma. Buda disse repetidas vezes, “você experimenta a água do mar em qualquer lugar, ela é sempre salgada.” Exatamente como isso, o Mestre tem sempre o mesmo sabor. O sabor da consciência. E sempre existem Mestres, eles sempre estão por aí, assim, não tenha pressa.
E se você não terminou com o mundo, se ainda está por aí, demorando a acabar, um desejo de conhecer sexo, de saber o que o dinheiro pode trazer, de saber o que o poder pode lhe dar, então você não está pronto. O impulso espiritual não é um entre muitos outros impulsos, não. Quando todos os impulsos tiverem perdido seu sentido, então ele surge. O impulso espiritual não consegue existir com outros impulsos – isso não é possível. Ele toma posse de seu ser completo, totalmente. Ele se torna o único desejo. Somente então um Mestre pode ser de alguma ajuda para você." (OSHO - Yoga: The Alpha and the Omega – vol., 3 – cap. 8 – q. 1)

4 comentários:

Maria de Souza disse...

Acabei de fazer uma leitura tântrica! rs - não concordo que o mar tenha o mesmo gosto em qualquer lugar, será? acredito que não - mas acho que entendo o que Osho quis dizer - apenas implico com as palavras de um Mestre. Achei que o texto fala muito sobre os prazeres da vida - mas, não os prazeres sublimes, os prazeres facéis como sexo e dinheiro. Seria realmente este o caminho do amadurecimento? acredito que para amadurecermos esperitualmente temos que já ter passado pela fase dos materiais...não sei...mas acho que sim. Não conheço muito sobre Osho mas ele me instiga e faz pensar e indagar...Vamos nos falando.

Blog do Champak disse...

Oi Maria, Buda não disse que a água do mar tem o mesmo gosto em qualquer lugar. Ele apenas disse que ela é salgada em qualquer lugar. E Osho disse que se você não terminou com as coisas deste mundo, você não está pronto. Isso parece muito com o que você disse: "para amadurecermos espiritualmente temos que ter passado pela fase dos materiais." Acho que no fundo você não "implicou", mas concordou com as palavras do Mestre. abraços Champak.

EXPEDITO GONÇALVES DIAS disse...

Acredito que terminar com as coisas deste mundo tem a ver com aquele momento em que as coisas deste mundo deixam de 'incomodar'. Quando se tem a certeza que tudo sempre concorrem prar o Bem e que nada 'merece'nosso julgamento. Percebemos o caldo caótico e em seguida passamos a vr uma outra ordem de coisas. Neste momento surge um grande vazio que precisa ser preenchido, mas estamos mais calmos e acesos ao mesmo tempo. E tudo passa a ser mais claro, mais luminoso, mais numinoso, cheio de sentido!
Grande Abraço!

Mauricio Vaz disse...

seria a pergunta "é somente isso?"

e somente isso que a vida pode me oferecer, neste estado que começamos a ver a outra possibilidade,

quando o Ego faz todo esforço, é quando começa de verdade o esforço