sábado, 6 de agosto de 2011

Reflexões


Para mim Osho sempre foi um bom conselheiro nas horas em que precisei.
Sempre tive muitos livros deles e, quando a situação apertava, eu costumava fazer uma brincadeira que dava certo. Eu fechava os olhos e passava a mão sobre seus livros na estante, escolhendo um deles como se fosse uma carta de tarô. Depois, também de olhos fechados eu abria a esmo uma das páginas desse livro. Quase sempre eu encontrava ali uma mensagem que se aplicava àquela situação que me apertava. Era só uma brincadeira, mas assim como no Tarô ou no I-Ching, se a gente estiver inteiro e presente no momento de jogar, parece que algo misterioso (ou científico, mas ainda não descoberto e aceito pela Ciência) se manifesta e nos dá a resposta.

Muito mais do que isso, meditação e leitura regular de livros do Osho ajudaram-me nesse processo de encontrar meu centro interior, minha fonte interna de discernimento para poder eu mesmo ver e sentir em cada momento qual o passo mais acertado a ser dado. E sei que quando estou descentrado, distraído, estou mais propenso a dar passos errados. Aprendi com Osho que se eu estou de bem comigo mesmo, se estou relaxado, e se o que faço me dá prazer e alegria, se aquilo é fácil para mim, se eu não sinto divisão interna quanto ao que estou fazendo, então estou no caminho certo. E isso não depende da opinião ou julgamento dos outros.

Muito interessante também é a percepção de mim mesmo como uma presença. Isso tem a ver com o estar aqui e agora, estar aqui neste momento presente. Se estou caminhando, eu posso me sentir caminhando. Não é eu estar pensando que estou caminhando. Não é um pensar, é um sentir. Sentir que estou presente no ato de comer ou de beber ou de fazer qualquer coisa. Poder fechar os olhos e sentir dentro de mim, sem estar pensando, apenas sentindo, percebendo, curtindo o estar aqui e agora.
No final, tudo acontece simultaneamente e nada mais são do que dimensões de um estado meditativo: a percepção de mim mesmo presente no aqui e agora; a sensação de estar relaxado e de bem comigo mesmo; o estar centrado; a sintonia com a fonte interna de discernimento; a sensação de estar vivendo fácil e prazerosamente. Tudo isso tem um nome: estado meditativo.

Hoje sinto que somente eu posso verdadeiramente saber que passos dar, que caminho abrir e seguir a cada momento. Mais do que isso, somente eu posso reconhecer nesse caminho uma sintonia (ou não) com o que meu próprio ser se propõe nesta vida. E, para isso, também sei que muita meditação é preciso. É assim que posso alcançar esse medidor interno.

A questão não é o que estou fazendo no meu dia-a-dia, ou o que faço no meu trabalho, ou nos meus relacionamentos. A questão é como estou comigo mesmo em cada situação. Estou relaxado e centrado? Estou em sintonia com minha fonte interna de discernimento e sabedoria? É nisso que tenho que colocar minha atenção. O modo como eu vou relacionar com o mundo exterior será uma conseqüência de minha paz interna e meu centramento.

5 comentários:

Pratima disse...

Espero um conseguir ser assim,tenho uma vida interna com muita energia.è paciência está sendo minha tarefa há 2 semanas. Estou lendo o livro do Osho a Semente da mostarda,e realmente ajuda.Seus comentários tb me ajudaram.Namastê.Ma Anand Pratima.

Abodha disse...

Que maravilha, Champak. Vou colar um parágrafo seu no meu mural do facebook.

José Wila disse...

Champak tem nos oferecido momentos raros de sabedoria e encantamento. Sinto que ele tem muito mais a nos oferecer. Sinto também que ele poderia ser nosso consultor e orientador neste plano terreno. Osho é meu guia espiritual, mas, gostaria de uma conexão mais direta aqui e agora, ou seja, gostaria que Champak abrisse uma janela para o perguntar e o responder diretamente a pessoa.Busco a auto-suficiência, enquanto não chega, a luz do outro é necessária. Obrigado.
Lohan

Blog do Champak disse...

Oi Lohan, eu e você estamos no mesmo barco. Eu sei que ainda estou tateando no escuro e a toda hora me vejo tropeçando. Sei que tenho muito a oferecer assim como você também tem e todo mundo que está em busca da verdade da vida. Mas sobretudo sei que o que tenho mesmo e muito mais, é que aprender com a vida, com as oportunidades que a vida me propicia a cada instante. Eu sei que sou, no máximo, apenas um aprendiz de caminhante, muitas vezes desatento, muitas vezes preguiçoso, e de vez em quando conseguindo captar alguma coisa que a vida ensina. Cada um de nós tem que encontrar sua própria fonte interna de discernimento. Esse centro é o nosso guia nessa caminhada, e ninguém mais do lado de fora, nem mesmo Osho, apesar de nossa insistência e carência de que ele seja nosso guia, apesar de nosso reconhecimento e gratidão pelos seus toques, suas provocações, seus empurrões. Mas tudo isso não impede que nós, aprendizes, discípulos ou devotos, possamos compartilhar nossas dúvidas e entendimentos alcançados. Um abraço. Champak

Fabio Rocha disse...

Essa sintonia, que o mundo chama de coincidência e Jung chama de sincronicidade é, para mim, a prova de que tudo é um. Que está tudo interligado... Quando acontece comigo, me aproximo do Sagrado. Muito bom seu blog!