quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Osho não é um filósofo


Para quem está se iniciando nas leituras do Osho, existe algo um pouco complicado para se explicar: Osho não é um filósofo nem um pensador.
No texto que acabamos de traduzir para o site http://www.oshobrasil.com.br/ (texto n° 117), Osho nos diz textualmente: "eu não estou argumentando em favor de alguma filosofia. Eu estou argumentando em favor da existência," E mais: "Eu não sou filosófico, de jeito algum, eu sou totalmente existencial."
A propósito, esse (novo) texto n° 117 (Osho e a Cultura Indiana) mostra a cultura milenar indiana sob um ângulo diferente do que habitualmente nos é mostrado.

Na medida em que nos aprofundamos nas leituras do Osho vamos percebendo que muitas vezes ele é contraditório, incoerente e inconseqüente. Mas acima de tudo isso, percebemos uma profunda coerência, uma elevada lógica e tudo muito conseqüente.

É um pouco complicado explicar isso. Mas, na verdade, quando Osho fala, ele não está compartilhando uma grande reflexão filosófica que ele previamente fez sobre o mundo, sobre as coisas do mundo. Quando fala, ele está respondendo espontaneamente a perguntas que lhe são formuladas por buscadores. A resposta dele é proferida naquele exato momento; ele fala como um porta-voz da vida, da existência. E a vida não acontece de maneira linear. Na aritmética, dois mais dois são sempre quatro. Mas na vida real tudo é imprevisível, dois mais dois podem ser três ou podem ser cinco. A vida escapa ao nosso controle.
Por ele estar em permanente sintonia com a verdade eterna e universal, com o fluxo da vida, as respostas brotam naturalmente, momento a momento, e ele responde ao buscador. E aqui, algo precisa ficar claro: ele responde muito mais ao buscador do que à pergunta formulada pelo buscador. Ele responde aquilo que o buscador precisa ouvir, não o que ele quer ouvir.

Mergulhar nos textos do Osho é um grande deleite. Os textos são transcrições de suas palestras. E ele fala como um poeta e nos revela meandros sinuosos da existência. Lendo seus textos, somos transportados a uma compreensão clara e inovadora do mundo, das coisas, das pessoas, dos relacionamentos. E embora seja inovadora, a gente fica sempre com a sensação de que essa já era a compreensão que tínhamos de todas essas questões.
E é verdade. Todos nós temos dentro de nós essa semente de compreensão mais clara e verdadeira de tudo. O problema é que essa nossa compreensão pura foi abafada, inibida, censurada e reprimida através do nosso processo de preparação e adaptação ao mundo externo, à sociedade e seus diversos pilares: família, igreja, estado, moralidade, tradição, etc. etc.

A mensagem do Osho é um convite para que resgatemos em nós essa compreensão pura, para que resgatemos aquilo que somos anteriormente a toda essa programação que recebemos, aquilo que somos por trás do ego que desenvolvemos e carregamos ao longo da vida. E o caminho para esse resgate se chama meditação. Meditação é algo vivencial, não é uma teoria ou filosofia. Meditar é penetrar no mundo da não-mente, muito além do mundo da mente, dos pensamentos e das reflexões mentais propiciadas pela leitura de livros, mesmo os de autoria do Osho.

Assim, o circulo de compreensão da mensagem do Osho se completa. A mensagem do Osho não se resume à soma do conteúdo de suas palestras. O trabalho do Osho não acontece apenas como resultado da leitura de seus livros. A mensagem do Osho não é filosófica, mas sim existencial. A prática da meditação propicia a alquimia necessária, a transmutação necessária para nos livrarmos das máscaras e das armaduras com as quais nos identificamos para que, assim, possamos resgatar aquilo que no Zen se costuma chamar de nossa face original. É nesse sentido que se costuma dizer que a meditação é a única e verdadeira terapia possível, resgatando a nossa verdadeira liberdade, a nossa potencialidade, aquilo que somos verdadeiramente. Ao contrário das muitas psicoterapias ocidentais que propõem tornar o nosso ego mais saudável, Osho nos diz que o ego é sempre doentio. Esse é o tema do próximo texto (n° 118) que iremos traduzir em breve para o nosso site http://www.oshobrasil.com.br/ .

10 comentários:

Murilo Hildebrand de Abreu disse...

Caro Champak,

São importantíssimas essas suas observações. Eu tive o prazer de conhecer Osho por meio das meditações, e só depois é que fui atrás dos livros dele. E isso realmente fez toda a diferença. Creio que se tivesse sido o inverso, se eu tivesse conhecido Osho pelos textos, talvez hoje eu o considerasse apenas um crítico dos bons, como Nietzche, e não teria conhecido o buda que ele é, a quantidade de poesia que ele tem para compartilhar.
Fazendo as técnicas (gosto muito da Kundalini e da Gibberish) é que a tranformação ocorre.
Tento dizer isso no blog que eu abri para divulgar Osho, o Palavras de Osho, mas vejo que preciso ser mais objetivo nesse ponto. Vejo que terei que em breve colocar um menu destacado logo na página inicial do blog para que o internauta acesse com facilidade as informações sobre as técnicas e, quem sabe, possa ter a mesma alegria e transformação que eu tive ao conhecê-las.

Espero que meu blog seja um dia tão útil para alguém quanto o site Osho Brasil foi para mim. Se apenas uma pessoa for beneficiada pelas informações do blog tanto quanto eu fui beneficiado pelo conteúdo do Osho Brasil, já me sinto plenamente agradecido.

Por falar em gratidão, espero um dia poder te encontrar pessoalmente, para poder ter o prazer de conhecer uma das pessoas que mais me ajudou nessa caminhada da vida.

Abração!

Murilo

clarinda disse...

Mais uma vez, amei ler seu texto, obrigada e abraços carinhosos.

clarinda disse...

Mais uma vez, amei ler seu texto, abraços carinhosos.

angela disse...

Oi Champa,
Vc encontrou uma forma de explicar o 'quase' inexplicável: a diferença entre filósofo, pensador e meditador; ainda mais, que Osho é a Existência falando, momento a momento.
Seu texto está maravilhoso!
Um abração,
Amras.

Maria Izabel Viegas disse...

Excelente vir aqui e ler seu texto. Creio que por não entender Osho como você, muitas vezes acho as citações dele em Blogs e leio comentários que na verdade nada tem a ver com o "dito por Osho". Parecem seguidores de um Guru e que não entendem que as mensagens são para uma determinada situação ou pessoa. Palavras proferidas se transformam no que o leitor assim o deseja e entende como "sua" verdade.E publicadas "soltas", perdem-se..."uma salada de Osho, ou Osho comercial"
Gostei muito de ler seu texto, muito me esclareceu.
Confesso que nada sei, mas não me encanto pelo que não compreendo.
Grata lhe sou .

Meditação disse...

NAMASTÊ! Amigo Champak estou feliz por conhecer mais um Blog que vem divulgar os ensinos de nosso Mestre Osho, assim como você, sou um Sannya e venho incansavélmente levando este nectar dos deuses aos coraçoes que estão pronto para as tranformações de uma polaridade para outra,venho neste Sadhana a 25 anos, e pretendo levar estas gratuitamente a todos que procuram....muita paz para você.

HARIH OM TAT SAT!
Wallace lima (fortaleza-ce)

Unknown disse...

ok

Anônimo disse...

Olá Champak,acabei de ler esse texto,está ótimo, com boas explicações.
Conheci o Osho no ano passado(2011), e de lá para cá ele me conquistou com sua maneira de nos mostrar o que é realmente a vida, a existencia.Sinto como se já o conhecesse a muito tempo atrás.
Obrigada a você Champak, que tem me ajudado muito com os textos traduzidos no Instituto Osho(Osho Brasil).Abraços,Marly

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Ótimo, gostei da explicação sobre; Osho não é um filosofo, algo em mim também parece que entende todas as palavras de Osho, obrigado.